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Além do baixo crescimento, em 2012 houve mudanças na condução da
economia, como a redução de impostos e desonerações na folha de pagamento
de setores específicos e a redução dos juros, medidas estas que tiveram como
objetivo incentivar a demanda, no sentido de estimular o consumo como forma
de manter uma trajetória de crescimento. Porém, pelo lado da demanda, essas
medidas se mostraram inócuas, uma vez que, nas palavras do ex-ministro Antônio
Delfim Neto, “
o estímulo à demanda nacional “vaza” para a indústria estrangeira
em lugar de ser suprida pela indústria nacional. Esse é um fenômeno geral, como
prova o crescente saldo negativo do nosso balanço de transações correntes
”. Com-
plementarmente, como incentivo à oferta não houve quaisquer medidas racionais
no sentido de promover melhorias nas expectativas do setor privado para que
houvesse algum incremento das decisões de investimento.
O resultado final desta condução da economia brasileira ficou evidenciada
de forma inquestionável na baixa taxa de crescimento do PIB e nos índices de pre-
ço, com o IPCA de 2012 alcançando quase 6%, muito acima da meta que é de 4.5%.
2.1.1. As Políticas Fiscal e Monetária em 2012
Sob a ótica macroeconômica é possível observar uma significativa deterio-
ração das expectativas da classe empresarial quanto à condução da política econô-
mica por parte do Governo Federal, que resultaram em uma expressiva queda de
4% na taxa de investimentos em 2012. Em termos de condução da Política Fiscal, a
farra expansionista dos gastos continuou, com as despesas primárias
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do Governo
Federal tendo alcançado 18,24% do PIB, conforme apresentado na
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Exclui o pagamento de juros sobre a dívida pública.